5 de junho é o Dia Mundial do Meio Ambiente e o tema por aqui não poderia ser outro. Afinal, falar em responsabilidade socioambiental e como as marcas devem se posicionar de maneira empática e transparente só não é mais urgente do que se preparar para eventos climáticos cada vez mais extremos – tal qual o que vimos recentemente no Rio Grande do Sul.
Se por um lado as pessoas estão mais exigentes em relação à origem do que consomem, por outro é necessário compreender que ter responsabilidade socioambiental vai muito além do posicionamento por meio da comunicação e do branding. Isto é, investir em práticas sustentáveis e apoiar políticas públicas que visem à preservação dos recursos naturais.
E não dá mais para adiar. Essa não é apenas uma tendência ou um diferencial competitivo e, se a sua empresa não está intimamente comprometida com os desafios globais urgentes, como a crise climática e a desigualdade social, ela está desconectada da realidade – e de alguma forma fadada ao fracasso.
Pensando nisso, reunimos neste artigo estratégias relevantes para empresas que, mais do que sobreviver a este novo cenário, querem estar na liderança do mercado para os novos tempos. Boa leitura!
O que é responsabilidade socioambiental
Ter responsabilidade social e ambiental compreende uma série de ações que as empresas e as organizações precisam adotar para conduzir suas atividades de maneira sustentável, isto é, considerando os impactos do seu negócio em questões como proteção ambiental, justiça social e ética. São medidas como:
- Minimizar os danos ao meio ambiente, reduzindo a emissão de poluentes, gerenciando adequadamente os resíduos, utilizando recursos naturais de forma sustentável e adotando tecnologias que diminuam o impacto ambiental.
- Promover condições de trabalho dignas, respeitar os direitos humanos, contribuir para a inclusão social e econômica e apoiar o desenvolvimento das comunidades onde atuam.
- Manter uma comunicação clara e honesta com todos os stakeholders, incluindo clientes, funcionários, investidores e a comunidade em geral, sobre as práticas e os impactos socioambientais da empresa.
Resumindo: ter responsabilidade socioambiental transcende as obrigações legais; envolve uma postura proativa na busca por melhorias contínuas e inovação em práticas sustentáveis, mesmo quando a sua empresa não esteja necessariamente no epicentro da crise ou não seja sua causadora. Quer um exemplo?
Quando as queimadas na Amazônia atingiram níveis alarmantes, em 2019, a Natura rapidamente se posicionou como uma aliada ativa no enfrentamento da crise e doou grandes quantias para organizações locais e internacionais dedicadas a combater os incêndios e a promover a recuperação da floresta.
No ano seguinte, para conscientizar sobre o tema, a empresa realizou uma simulação de incêndio no Ibirapuera, em São Paulo. Utilizando tecnologia, a ação projetou imagens de chamas nas árvores em frente ao lago do parque. Quando o “fogo” desaparecia, surgiam plantas crescendo e frases de efeito sobre a importância do bioma amazônico.
Importância do ESG
ESG é a sigla em inglês para Environmental, Social, and Governance (em português, Ambiental, Social e Governança). Esses três pilares representam critérios utilizados para medir a sustentabilidade e o impacto social de uma empresa; e integrá-los ajuda a construir resiliência e confiança em tempos de crise.
- Ambiental: Marcas que já possuem práticas sustentáveis podem aproveitar essas ações para mostrar seu compromisso contínuo com o meio ambiente. Por exemplo, se a empresa tem iniciativas de redução de carbono ou projetos de preservação ambiental, esses esforços devem ser destacados.
- Social: As ações sociais durante a crise são críticas. Contribuições para fundos de ajuda, voluntariado corporativo e apoio às comunidades afetadas são maneiras de mostrar solidariedade. Além disso, ações concretas, como doações e assistência direta, demonstram compromisso social.
- Governança: Ter uma estrutura de governança sólida garante que as decisões sejam tomadas de forma democrática, transparente e alinhada com todos os interessados.
Como gerenciar crises socioambientais
Entender a complexidade dos desafios atuais e estar preparada para o gerenciamento de crises é essencial para qualquer marca enfrentar de forma eficaz a realidade do mundo emergente. Desastres naturais e crises humanitárias não só afetam diretamente a comunidade, mas também a reputação das empresas.
Portanto, uma abordagem proativa e bem-estruturada pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso na gestão de crises.
Avaliação rápida e precisa
Em momentos de crise, a primeira ação deve ser a avaliação rápida e precisa da situação. Compreender imediatamente o impacto da tragédia na comunidade e nos stakeholders é crucial para tomar decisões baseadas na coleta de dados, na análise do cenário e na identificação dos riscos e danos.
Formação de comitê de crise
Composto por membros-chave da empresa, incluindo representantes de comunicação, recursos humanos e liderança executiva, este grupo deve se reunir regularmente para monitorar a situação, tomar decisões rápidas e ajustar as estratégias conforme necessário.
Plano de comunicação
Desenvolver um plano de comunicação claro e conciso é indispensável durante uma crise. O plano deve incluir canais de comunicação apropriados e a designação de porta-vozes oficiais, além de mensagens consistentes, empáticas e adaptadas aos diferentes públicos-alvo e canais.
Transparência e honestidade
A empresa deve ser aberta sobre o que sabe, o que está fazendo ou como está contribuindo. Isso não só ajuda a construir confiança e credibilidade, mas também demonstra um compromisso real com a resolução da crise e o bem-estar da comunidade.
Em tempo: admitir erros e deslizes, ao mesmo tempo que se comunica claramente os esforços em andamento, reforça a imagem de uma marca responsável e confiável.
Estratégias de responsabilidade socioambiental
Uma marca que demonstra preocupação com o meio ambiente e a comunidade prova que entende a importância de atuar de maneira ética e fortalece a sua reputação. Essas atitudes influenciam positivamente outras empresas, setores da sociedade e geram um vínculo mais sólido com o público.
Para alcançar esses objetivos, algumas estratégias podem ser implementadas:
- Empatia e solidariedade: Em qualquer mensagem, é essencial mostrar empatia. Frases como “estamos juntos nesta situação” ou “sentimos profundamente pelos afetados” devem ser autênticas e refletir a cultura da empresa.
- Ações concretas: Comunicar não apenas palavras, mas ações. Informar ao público sobre as medidas que a empresa está tomando para ajudar, como doações, suporte logístico ou parcerias com organizações da sociedade civil.
Mais um exemplo para inspirar: em meio às enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul, ainda na primeira semana do desastre, a Ambev anunciou que suspenderia a produção de cerveja em sua fábrica de Viamão, Porto Alegre, para envasar água potável e doar à população gaúcha.
Resultado: a medida foi notícia em todos os grandes portais de comunicação do país e o rótulo da água em lata, com a marca da companhia, viralizou nas redes.
- Canais de comunicação: Utilizar múltiplos canais para alcançar diferentes públicos. Redes sociais, comunicados de imprensa, newsletters e o site da empresa são fundamentais para uma comunicação abrangente.
- Porta-vozes capacitados: Treinar porta-vozes para falar com a mídia e com o público. Eles devem ser informados, empáticos e capazes de transmitir as mensagens da empresa de forma clara e convincente.
- Feedback e ajuste: Estar aberta a feedbacks do público e ajustar as estratégias conforme necessário. Monitorar as reações nas redes sociais e outros canais para adaptar as mensagens e ações.
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A verdade é que a responsabilidade socioambiental é um imperativo estratégico para as empresas. Assim como a Natura durante as queimadas na Amazônia e a Ambev, nas enchentes do Rio Grande do Sul, marcas que estejam prontas para ações rápidas, empáticas e alinhadas à comunidade certamente estão preparadas para sobreviver aos novos tempos.
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