Hoje eu acordei com uma vontade danada de pensar sobre a importância ou não de se registrar nas redes sociais cada momento que a gente vive. Será que a nova máxima “compartilho, logo existo” está mais em evidência e só eu não estou conseguindo alcançar isso?

Vou explicar melhor a minha singela visão. Onde quer que a gente vá tem alguém ou várias pessoas fotografando, filmando e postando em redes sociais instantaneamente o momento vivido. É comum a gente abrir a timeline do Face ou o feed do Insta e lá está a rotina diária do usuário registrada para o outro ver, aplaudir e curtir. Será que o momento, aquele frame de segundo tão singular, tão gostoso – ou não, tão íntimo, está sendo verdadeiramente vivido? Ou será mais importante ficar ali preocupado em registrar tudo para mostrar a alguém e recordar posteriormente?

Essa pós-modernidade de “espetacularizar” a vida me parece ter deixado realmente as relações mais fluidas. Vejo jovens e velhos casais, por exemplo, filmando um show inteiro, assistem ao artista pela tela do smartphone inertes como se ao lado não tivesse nenhuma companhia. Não entendo o objetivo disso. Se for para rever o show em casa é bobagem, no YouTube com certeza terá as imagens profissionais, muito mais límpidas e com ângulos menos obtusos e ainda não ocupa a memória do celular.

Observo famílias inteiras em silêncio nas mesas de restaurantes porque cada um está no seu mundo, bisbilhotando a rotina do outro nas redes. Ah, e muitas vezes, pessoas acometidas por doenças, internadas, deitadas em uma cama, são filmadas por um visitante intruso que vai lá e descreve tudo. Será que há o verdadeiro consentimento do enfermo?

Um dia escutei uma frase bem interessante e reflexiva: “As redes sociais aproximam os distantes e distanciam os próximos”. Minha gente, viver é preciso, a vida é muito fugaz, então viva, curta o momento com quem está ao seu lado de carne e osso, deixe seu smartphone descansar um pouquinho! #ficaadica

Vida que segue…

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Sobre o autor: Alê

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