Famílias vivenciam a experiência do ensino remoto em cidades ou países diferentes da escola em que os filhos estudam
A obrigatoriedade do ensino remoto pegou as escolas e muitas famílias de surpresa. No entanto, o que de início se apresentou como um grande desafio para a comunidade escolar, foi se mostrando uma oportunidade, rompendo barreiras geográficas e possibilitando que a sala de aula estivesse a um clique de qualquer lugar do mundo. A Casa Escola já havia experimentado essa realidade em casos muito específicos, mas, com a pandemia, novos horizontes se expandiram.
Antes de o ensino remoto ser a única opção diante do cenário da pandemia, algumas famílias, por necessidades particulares, optaram por esse tipo de método, como conta Priscila Griner, diretora da Casa Escola: “Uma aluna do Ensino Fundamental II precisou passar seis meses no exterior. Durante esse período, ela foi matriculada por seus pais em uma escola em Lyon, na França. Por isso, enviamos apenas o material essencial para que ela pudesse se manter atualizada com os estudos da escola. Acompanhamos o desenvolvimento dela e já sabíamos que a experiência fora do país se somaria aos conhecimentos já adquiridos”, relembra.
Já em casos de viagens mais curtas, alguns pais aderem à modalidade remota para que os filhos não percam os conteúdos e atividades, como foi o caso de Maria Luíza, aluna do 1º ano do Ensino Fundamental. A família dela teve que passar alguns dias no Piauí e a mãe, Erica Guimarães, optou pela modalidade de ensino remoto: “ela já é bem adaptada à aula online. A vantagem desse modelo é que pode assistir às aulas sem perder os conteúdos, mesmo estando fora da cidade”, explica.
Assim como Erica, muitas famílias brasileiras, e do mundo, se adaptaram a esse tipo de método durante o isolamento social. De acordo com o estudo Diagnóstico Nacional da Educação, realizado em 2020 com 300 escolas particulares de todo país, o ensino remoto feito pelas instituições de ensino privadas tem aprovação de 82,4% das famílias.
É o caso de Regilane Fernandes, mãe de Bruna, do 6º ano. Mesmo estando em casa, “essa experiência trouxe a recuperação de uma rotina de escola, o senso de pertencimento a uma classe e isso estimulou Bruna a retomar o gosto pelo estudo no meio da pandemia. Isto foi fantástico. O ano de 2020 tinha sido muito desestimulante para ela”, relata Regilane, que manteve residência em Brasília enquanto a filha foi aluna da Casa Escola entre fevereiro e março deste ano.
Segundo ela, o acolhimento da escola foi determinante para a adaptação da aluna. “A relação próxima de diálogo nos ajudou a ir percebendo os caminhos de apoio à Bruna na transição das dinâmicas, tanto de mudança de escola, como de cidade, de abordagem pedagógica etc. Destaco, em especial, a adoção da metodologia de tutoria que faz parte da prática da Casa Escola. Contar com a presença, a sensibilidade e o diálogo permanente com uma professora que acompanha semanalmente, de perto, um pequeno grupo de alunos foi um verdadeiro diferencial em todo esse processo. Thayane, tutora da Bruna, foi muito importante para identificar desafios, escolher formas de abordagem e fazer ponte com todos os outros professores”, declara.
Novos rumos da educação
A experiência do ensino remoto mostrou-se tão positiva que Regilane Fernandes optou, apesar de agora residir em Natal, pela filha permanecer acompanhando as aulas remotamente, até que toda a família esteja imunizada contra a Covid-19. Para Priscila Griner, “independente de onde o aluno esteja, se tiver estrutura física e emocional, um lugar exclusivo para que possa estudar e se concentrar, além do acompanhamento de um responsável e, claro, do professor, ele conseguirá seguir as aulas e os conteúdos sem prejuízos”, afirma.
Casos como esses, em sua maioria, abrem caminhos para uma aproximação das famílias com o acompanhamento da aprendizagem dos estudantes, e isso tem sido muito positivo no relacionamento aluno-família-escola. Os dados da edição 2021 do Global Learner Survey (Pesquisa de Aprendizagem Global) mostram que o ensino remoto fez com que 90% dos pais brasileiros participassem de forma mais ativa da vida escolar dos seus filhos, possibilitando um maior envolvimento com o processo educacional.
O ensino que ultrapassa fronteiras internacionais
Com a possibilidade atual do ensino híbrido e a aderência à modalidade remota, muitas famílias se permitiram vivenciar novas experiências e estiveram ainda mais unidas em meio aos desafios da pandemia. Ricardo Valentim, pai de Ricardo, aluno do 6º ano, teve que se ausentar do Brasil durante 54 dias por motivos de trabalho, dividindo-se entre as cidades de Lisboa e Coimbra, em Portugal.
O filho estava matriculado na Casa Escola desde o início do ano e já havia se habituado ao ensino híbrido, tendo parte das aulas virtuais e parte presenciais. Quando surgiu a oportunidade de trabalho, a modalidade de ensino facilitou a experiência de morar em outro país e, ainda assim, continuar estudando na mesma escola. O aluno não perdeu as aulas e pôde participar das dinâmicas, atividades e conteúdos. Além disso, a hora de estudo foi também o momento de Ricardo, aluno, se socializar, já que em Portugal o lockdown não lhe trazia muitas opções de convívio presencial.
“Para nossa família, achamos a experiência muito positiva. Eu acredito que a escola deveria manter o formato híbrido justamente por oferecer essa possibilidade aos pais que precisam ir a missões internacionais, para que possam levar seus filhos. A escola foi muito parceira nesse período, apoiou e entendeu esse momento que o Ricardo estava vivendo”, relembra o pai.
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