No Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado nesta quinta-feira (5), um setor pouco lembrado nas discussões sobre sustentabilidade chama a atenção pelo avanço em práticas responsáveis: o funerário. Tradicionalmente associado a rituais marcados pelo impacto ambiental, o segmento tem passado por uma transformação significativa, em âmbito nacional e regional.
A busca por alternativas menos agressivas ao meio ambiente tem levado empresas a repensarem desde o tipo de sepultamento até o destino de resíduos produzidos durante os serviços. Entre as principais mudanças estão a adoção de urnas biodegradáveis, o incentivo à cremação com menor emissão de poluentes e a implantação de cemitérios verticais, que otimizam o uso do solo e reduzem o risco de contaminação dos lençois freáticos.
Os chamados “cemitérios ecológicos” evitam práticas como irrigação constante e usam sistemas tecnológicos que filtram resíduos da decomposição antes da dispersão no solo, contribuindo para a conservação dos recursos hídricos e do entorno ambiental. A inovação é uma resposta às exigências crescentes da sociedade por modelos mais sustentáveis, inclusive no momento da despedida.
Transformação ambiental em âmbito local
No Rio Grande do Norte, uma referência em iniciativas ambientais no setor é a Empresa Vila, que tem adotado medidas concretas para integrar os princípios de ESG (Ambiental, Social e Governança) à sua atuação. Na unidade Mossoró, por exemplo, o cemitério vertical administrado pela empresa opera com o sistema Eco No-leak, projetado para evitar o vazamento de líquidos da decomposição, protegendo o solo e o lençol freático.
Já a unidade Caicó, se destaca por funcionar 100% com energia solar, posicionando-se como uma das poucas no setor funerário do país a operar exclusivamente com fonte limpa e renovável. “A transição para energia solar em nossas operações representa mais do que uma escolha tecnológica, é um posicionamento”, afirma Alessandra Vila, CEO da empresa.
Outra frente importante é a gestão de resíduos. Desde 2024, a empresa implementou um programa de coleta seletiva que já destinou corretamente mais de cinco toneladas de materiais recicláveis e orgânicos, frutos de um projeto piloto iniciado na Grande Natal.
Em parceria com o Minhocário Berg, parte dos resíduos orgânicos, como flores e restos alimentares, vem sendo transformada em fertilizantes naturais. Uma nova composteira está em construção, com previsão de oferecer adubo gratuitamente à população local.
“As ações refletem um movimento que vai além da compensação de impactos ambientais: trata-se de uma mudança de paradigma em um setor historicamente conservador”, finaliza Alessandra Vila.
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