O Agosto Dourado foi criado no início dos anos 1990 em um encontro entre representantes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). A partir daí, durante o mês de agosto, são desenvolvidas ações voltadas ao incentivo à amamentação, um hábito que pode salvar a vida dos bebês. O tema escolhido para a campanha deste ano é “Apoie o aleitamento materno por um planeta mais saudável”.
De acordo com a OMS, a amamentação deve ter início na primeira hora de vida do bebê e manter-se como alimento exclusivo, ou seja, sem adição de outros tipos de alimentos, até o 6º mês de vida da criança. Após esse período, a alimentação complementar deve ser introduzida, mas o aleitamento materno pode continuar por dois anos ou até mais, se for o caso.
A qualidade da saúde da criança está diretamente ligada ao leite materno, devido à riqueza de nutrientes oferecida por ele. Por isso, como afirma a médica Kátia Cristina, membro da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Rio Grande do Norte (Sogorn), “é fundamental que o assunto da amamentação seja abordado durante as consultas do pré-natal. Esclarecer as dúvidas das gestantes, incentivando e mostrando a elas a importância da amamentação, não só como alimentação, mas também para o fortalecimento do vínculo entre a mãe eo bebê”, explica.
O acompanhamento adequado e as informações necessárias desde o pré-natal ajudam no processo do enfrentamento das dificuldade do aleitamento materno. “Só há vantagens na amamentação e as dificuldades podem ser resolvidas e até evitadas com a ajuda do obstetra e pediatra. Na primeira consulta eu costumo orientar quanto à preparação das mamas, como tomar banho de sol e não hidratar os mamilos com cremes para que não venha a desenvolver nenhuma fissura, são algumas precauções que devem ser tomadas”, afirma a obstetra.
Durante o Agosto Dourado, órgãos de saúde de todo o Brasil desenvolvem ações sobre a conscientização da importância do aleitamento materno e dos cuidados a serem seguidos. Segundo a médica Kátia Cristina, a sociedade criou um mito de que as mulheres que não amamentam seus bebês não serão boas mães, mas isso não é verdade. “Pode acontecer de a mãe não conseguir amamentar, mas isso ocorre em menor escala. A maioria consegue e, se porventura houver alguma intercorrência que impeça, há alternativas às quais ela pode recorrer”, observa.
Se necessário, a especialista esclarece, é possível encaminhar para uma assessoria de aleitamento materno. “É nosso papel mostrar à paciente que ela tem condições de realizar esse processo, mas se não for possível está tudo bem, buscaremos juntos outras soluções”, conclui.
Durante o pós-parto, momento de adaptação ao aleitamento, o trabalho dos obstetras continua. A orientação da Sogorn aos profissionais, é que nesse primeiro momento, onde surgem as dúvidas e dificuldades, eles estejam ao lado de suas pacientes e orientem quanto à “pega” do bebê, que é a maior causa das fissuras do seios das mães, e também informem sobre a importância da amamentação de forma correta. “As crianças devem mamar em um seio até esgotar por completo, porque esse último leite é o que tem mais gordura e uma maior concentração de nutrientes para o bebê”, orienta a obstetra Kátia Cristina.
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