Com o retorno das aulas, montar a lancheira de crianças e adolescentes passa a ser parte da rotina dos pais e responsáveis novamente. Para os nutricionistas, esse cuidado com a alimentação infantil é essencial para evitar o consumo de ultraprocessados e de alimentos com altos teores de açúcar adicionado e gordura saturada, fatores associados com o sobrepeso e doenças cardiovasculares que costumam ser encontrados nos produtos das cantinas, como biscoitos e salgadinhos.

Segundo dados da última Pesquisa de Orçamentos Familiares, publicada pelo IBGE em 2020, alimentos ultraprocessados fornecem, em média, cerca de 27% do total de calorias diárias dos jovens brasileiros. O levantamento apontou que esses consomem o dobro de sanduíches, quatro vezes mais pizzas, nove vezes mais bebidas lácteas e 20 vezes mais salgadinhos que a população idosa, enquanto que a frequência de consumo de frutas, verduras e legumes é menor entre adolescentes do que entre adultos e idosos, exceto para açaí e batata inglesa.

Para ajudar a equilibrar este quadro, a docente do curso de Nutrição da Estácio, Eva Andrade, oferece algumas orientações para o preparo do lanche escolar. A especialista direciona “priorizar o consumo de frutas frescas, desidratadas ou liofilizadas em vez de sucos – mesmo que sejam sucos naturais ou nas versões integrais” e explica que comer a fruta é melhor que tomar o suco porque estimula a mastigação e mantém as fibras, o que promove maior saciedade.

“Entre os pães, as torradas e os biscoitos, a orientação é optar pelas versões feitas a partir das farinhas integrais e dos farelos. Uma alternativa aos salgadinhos de pacote – que são alimentos ultraprocessados, com alto teor de sódio – é a pipoca, preferencialmente aquela feita em casa e com o mínimo de óleo”, sugere Eva.

A nutricionista destaca ainda que o ideal é priorizar o consumo de alimentos in natura, mas quando for preciso optar por produtos prontos, observar o rótulo ajuda a fazer boas escolhas nutricionais.

“Além da tabela nutricional, a lista de ingredientes os mostra sempre em ordem decrescente. Portanto, o primeiro ingrediente é o que está presente em maior quantidade, enquanto o último está em menor quantidade. Como exemplo, alguns achocolatados em pó que tem o açúcar na base da sua composição”, exemplifica. Outro ponto é avaliar a presença de aditivos alimentares, como aromatizantes, corantes, conservantes e estabilizantes e privilegiar uma lista de ingredientes mais enxuta nessas substâncias.

Por fim, a docente de Nutrição sugere estimular a participação da criança no preparo dos alimentos e na montagem das combinações que irão compor a lancheira. “Isso cria autonomia e senso de responsabilidade, o que desperta o interesse por novos alimentos, incentivando-a a ampliar seu repertório de sabores e texturas e permitindo estabelecer uma maior conexão e um maior conhecimento sobre aquilo que ela come”, afirma.

Escola tem aula de culinária e práticas na horta

Aprender a fazer boas escolhas, sabendo a origem dos alimentos, diversificando os preparos e compreendendo seus benefícios para a saúde são desafios que passam, antes de tudo, pela educação. Nesse sentido, a Casa Escola investe para ampliar a oferta e o contato dos alunos com alimentos variados, buscando, assim, o equilíbrio nutricional.

“Entendemos que as atividades desenvolvidas em sala de aula, e também fora dela, oferecem um ambiente facilitador para que a criança se sinta confortável para experimentar um novo aluno, abrindo todo um leque de possibilidades. Um exemplo clássico é a aula no viveiro, onde as turmas plantam, cuidam da horta e colhem os legumes e hortaliças, participando de todo o processo”, explica a nutricionista da escola, Suênya Melo.

E não termina por aí. Ainda conforme a nutricionista da Casa Escola, os alunos também são envolvidos no preparo de receitas e é neste momento que, muitas vezes, nasce mais uma oportunidade de contato com um alimento até então desconhecido ou recusado. “Depois da colheita, vem a aula de culinária, e as famílias também são estimuladas a participar deste processo”, destaca.

“Aromas, texturas, cores e sabores estão ali, mas o contexto desta oferta também tem um valor muito especial. E o interesse pode surgir em várias situações, até mesmo ao observar o lanche do colega ao lado. Por isso nossa incansável recomendação para que os lanches sejam de boa qualidade, ‘comida de verdade’ mesmo”, endossa Suênya.

Sobre o autor: admin

Com o retorno das aulas, montar a lancheira de crianças e adolescentes passa a ser parte da rotina dos pais e responsáveis novamente. Para os nutricionistas, esse cuidado com a alimentação infantil é essencial para evitar o consumo de ultraprocessados e de alimentos com altos teores de açúcar adicionado e gordura saturada, fatores associados com o sobrepeso e doenças cardiovasculares que costumam ser encontrados nos produtos das cantinas, como biscoitos e salgadinhos.

Segundo dados da última Pesquisa de Orçamentos Familiares, publicada pelo IBGE em 2020, alimentos ultraprocessados fornecem, em média, cerca de 27% do total de calorias diárias dos jovens brasileiros. O levantamento apontou que esses consomem o dobro de sanduíches, quatro vezes mais pizzas, nove vezes mais bebidas lácteas e 20 vezes mais salgadinhos que a população idosa, enquanto que a frequência de consumo de frutas, verduras e legumes é menor entre adolescentes do que entre adultos e idosos, exceto para açaí e batata inglesa.

Para ajudar a equilibrar este quadro, a docente do curso de Nutrição da Estácio, Eva Andrade, oferece algumas orientações para o preparo do lanche escolar. A especialista direciona “priorizar o consumo de frutas frescas, desidratadas ou liofilizadas em vez de sucos – mesmo que sejam sucos naturais ou nas versões integrais” e explica que comer a fruta é melhor que tomar o suco porque estimula a mastigação e mantém as fibras, o que promove maior saciedade.

“Entre os pães, as torradas e os biscoitos, a orientação é optar pelas versões feitas a partir das farinhas integrais e dos farelos. Uma alternativa aos salgadinhos de pacote – que são alimentos ultraprocessados, com alto teor de sódio – é a pipoca, preferencialmente aquela feita em casa e com o mínimo de óleo”, sugere Eva.

A nutricionista destaca ainda que o ideal é priorizar o consumo de alimentos in natura, mas quando for preciso optar por produtos prontos, observar o rótulo ajuda a fazer boas escolhas nutricionais.

“Além da tabela nutricional, a lista de ingredientes os mostra sempre em ordem decrescente. Portanto, o primeiro ingrediente é o que está presente em maior quantidade, enquanto o último está em menor quantidade. Como exemplo, alguns achocolatados em pó que tem o açúcar na base da sua composição”, exemplifica. Outro ponto é avaliar a presença de aditivos alimentares, como aromatizantes, corantes, conservantes e estabilizantes e privilegiar uma lista de ingredientes mais enxuta nessas substâncias.

Por fim, a docente de Nutrição sugere estimular a participação da criança no preparo dos alimentos e na montagem das combinações que irão compor a lancheira. “Isso cria autonomia e senso de responsabilidade, o que desperta o interesse por novos alimentos, incentivando-a a ampliar seu repertório de sabores e texturas e permitindo estabelecer uma maior conexão e um maior conhecimento sobre aquilo que ela come”, afirma.

Escola tem aula de culinária e práticas na horta

Aprender a fazer boas escolhas, sabendo a origem dos alimentos, diversificando os preparos e compreendendo seus benefícios para a saúde são desafios que passam, antes de tudo, pela educação. Nesse sentido, a Casa Escola investe para ampliar a oferta e o contato dos alunos com alimentos variados, buscando, assim, o equilíbrio nutricional.

“Entendemos que as atividades desenvolvidas em sala de aula, e também fora dela, oferecem um ambiente facilitador para que a criança se sinta confortável para experimentar um novo aluno, abrindo todo um leque de possibilidades. Um exemplo clássico é a aula no viveiro, onde as turmas plantam, cuidam da horta e colhem os legumes e hortaliças, participando de todo o processo”, explica a nutricionista da escola, Suênya Melo.

E não termina por aí. Ainda conforme a nutricionista da Casa Escola, os alunos também são envolvidos no preparo de receitas e é neste momento que, muitas vezes, nasce mais uma oportunidade de contato com um alimento até então desconhecido ou recusado. “Depois da colheita, vem a aula de culinária, e as famílias também são estimuladas a participar deste processo”, destaca.

“Aromas, texturas, cores e sabores estão ali, mas o contexto desta oferta também tem um valor muito especial. E o interesse pode surgir em várias situações, até mesmo ao observar o lanche do colega ao lado. Por isso nossa incansável recomendação para que os lanches sejam de boa qualidade, ‘comida de verdade’ mesmo”, endossa Suênya.

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