Especialista alerta como evitar dívidas e usar o crédito com inteligência
Neste sábado, 8 de fevereiro, o primeiro cartão de crédito da história completa 75 anos. No entanto, a invenção que revolucionou a forma de pagamento em todo o mundo pode se tornar um problema quando utilizado sem controle. Em 2024, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), quase 83% dos brasileiros endividados apontaram o cartão de crédito como a principal causa de suas dívidas. Ainda assim, especialistas garantem que, com planejamento e uso consciente, ele pode ser um aliado na organização financeira pessoal.
Para evitar que o crédito se torne uma armadilha, o professor de Ciências Contábeis da Estácio, Daniel Negreiros, compartilha orientações essenciais para um uso mais estratégico. Segundo o especialista, um dos principais erros cometidos é o pagamento parcial da fatura, o que gera a incidência de juros elevados. “Essa prática faz com que o saldo remanescente seja incorporado aos gastos do mês seguinte, resultando em uma dívida crescente. Ao pagar apenas o mínimo, por exemplo, o consumidor arca com juros que variam entre 13% e 17% ao mês, o que pode fazer com que a dívida aumente rapidamente. Como os juros no Brasil são compostos, em poucos meses a fatura pode se tornar impagável”, alerta Daniel Negreiros.
Para evitar os juros abusivos, o professor enfatiza a importância do planejamento financeiro. “É essencial estabelecer um limite de gastos mensais e nunca gastar mais do que se ganha. Evitar compras supérfluas e manter um controle rigoroso dos gastos são estratégias fundamentais”, destaca. Outro método para manter a saúde financeira em dias é definir um limite de crédito adequado, o professor recomenda que o limite do cartão não ultrapasse 50% da renda mensal. “É importante enxergar as finanças de forma estratégica. A renda total representa o teto financeiro, e os gastos precisam ser planejados para permanecer dentro desse limite”, orienta.
Caso os gastos excedam o valor estabelecido, o parcelamento de compras pode ser uma estratégia vantajosa, desde que feito com cuidado. “Antes de parcelar, é fundamental pesquisar preços em diferentes fornecedores e avaliar a real necessidade da compra. Parcelamentos impulsivos podem comprometer a renda futura e gerar dificuldades financeiras”, alerta.
Por fim, para manter as contas em dia e evitar juros desnecessários, Daniel Negreiros reforça a importância do planejamento financeiro. “Priorize o pagamento de dívidas, evite o acúmulo de impostos atrasados, pois os juros são altos, e busque criar uma reserva financeira com fontes extras de renda, como o 13º salário, férias ou FGTS. Dessa forma, é possível manter o equilíbrio financeiro sem comprometer o orçamento”, finaliza.
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