Em um momento em que as experiências online vêm se tornando cada vez mais necessárias e intensas, o debate sobre o uso seguro e responsável da internet é essencial para a conscientização dos perigos existentes nesse ambiente virtual. Por conta disso, a Rede Insafe na Europa junto a mais de 140 países, incluindo o Brasil, celebram em fevereiro o Dia da Internet Segura, que este ano acontece nesta terça-feira (9).
Com crianças e adolescentes cada vez mais conectados por tablets e celulares, o professor do curso de Sistemas de Informação da Estácio, Thiago Ribeiro Carvalho, ressalta que este público é extremamente vulnerável a conteúdos inapropriados ou, ainda, reféns de cibercriminosos quando não acompanhados de perto pelos pais ou responsáveis.
“Os riscos são diversos, desde um golpe de cartão de crédito, onde a criança ou adolescente fornece dados para uma pessoa mal intencionada, e até mesmo assédio e sequestro por pedófilos que se disfarçam e conversam como amigos levando-os a acreditar que quem está do outro lado não oferece perigo, e assim acabam por marcar encontros às escuras com crianças e adolescentes”, explica o especialista.
Ciberbullying, assédio, violência sexual e redes de pedofilia, jogos e desafios que induzem à autoagressão e ao suicídio também estão entre os perigos da era digital, um risco real e que afeta as vidas de milhares de crianças e adolescentes todos os dias, segundo Thiago.
“A melhor forma dos responsáveis controlarem o acesso de seus filhos a sites que oferecem risco é ter um diálogo aberto e informativo, alertando sobre os perigos e os cuidados que eles devem ter ao acessar a rede. Uma boa conversa sempre será a melhor forma de prevenir os riscos que existem na Internet, e com essas atitudes ocorrerá a evolução da Cultura da Cibersegurança a ser difundida para que se tenha uma navegação segura nas redes”, aconselha.
Além disso, os pais podem e devem utilizar recursos tecnológicos disponíveis para o controle e monitoramento de acesso e histórico de navegação de seus filhos. O professor da Estácio cita como exemplo um aplicativo disponibilizado pelo Google para iOS e Android chamado “Google Family Link”, disponível gratuitamente, que pode rastrear a localização, ocultar aplicativos, bloquear o dispositivo e limitar o tempo de uso e relatórios sobre as ações do filho no celular.
“Outras dicas são instalar o computador em um local no qual seja possível verificar e monitorar suas atividades, na sala de casa por exemplo; ter acesso a todas as senhas de seu filho; e verificar regularmente o histórico do computador”, afirma. Thiago explica que os pais e responsáveis devem tratar a Internet como qualquer outro ambiente onde há riscos e que por isso precisa ser monitorado. Com isso, definir limite de tempo de acesso e orientar as crianças e adolescentes sobre os perigos também pode ser um bom caminho para a conscientização.
“Ao encontrar algo suspeito em históricos ou buscas, oriente seu filho e fale claramente sobre os perigos a que ele está exposto. Oriente-os a não abrir e-mails de remetentes desconhecidos, alerte-o ao cuidado sobre informações que ele está disponibilizando na rede, como endereço, telefone, data de nascimento ou onde estuda, e a tomar cuidado com o envio de fotos e vídeos. Eles devem ter conhecimento de que esses conteúdos podem ser encaminhados e vistos por qualquer pessoa e se espalhar rapidamente pela internet. Os pais precisam ajudar seus filhos a considerarem com quem estão conversando e a não compartilharem nas mídias sociais informações sensíveis”, alerta.
Ciladas para adultos
E não são somente as crianças que estão sujeitas aos perigos da internet. O ambiente virtual já se tornou conhecido também pelas ciladas para adultos. Segundo o professor da Estácio, em 2020, 2.2 milhões de brasileiros foram vítimas de golpes na internet, e entre os mais comuns estão cartão de crédito ou débito clonado, compra de um produto ou serviço diferente das informações especificadas pelo vendedor, não recebimento de produto comprado; transações financeiras em conta bancária sem autorização, pagamento de serviço não realizado, entre outros.
Thiago sugere para prevenção desses golpes a utilização de aplicativos ou softwares originais e licenciados, manter o antivírus atualizado, e evitar acesso a sites desconhecidos ou de caráter duvidoso. Além disso, o especialista aconselha a utilização de cartão virtual e de preferência mantendo-o bloqueado, desbloqueando somente na hora de efetuar uma comprar, e bloqueando novamente assim que a transação da comprar for aprovada.
“Não devemos clicar em links recebidos por e-mail, rede social ou apps de mensagens. Devemos desconfiar de ofertas, comunicados de premiação, descontos ou cupons e nunca utilizar senhas fáceis como sua data de nascimento, por exemplo. E é sempre bom evitar acessar contas pessoais de máquinas e rede de wi-fi públicas”, diz o especialista.
Na hora das compras on-line, Thiago indica ainda sempre verificar o endereço eletrônico do site, pois criminosos podem cloná-lo e disponibilizá-lo na rede como o verdadeiro.
“Devemos atentar sempre ao https do site, onde o “s” significa que o site é seguro e tem um certificado de segurança e de autenticidade válidos. Antes de decidir efetuar o pagamento ou cadastro no site, verifique os canais de comunicação da loja e seus respectivos dados. Os canais de vendas virtuais são obrigados a fornecer dados como razão social, endereço, telefone e CNPJ. Além disso, uma pesquisa no Google ou em sites como o Reclame Aqui já é uma ótima ação nas etapas necessárias para uma compra comprar on-line com segurança”, aconselha.
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