Para comemorar o Dia de África – ocorrido em 25 de maio – O movimento em rede Pedra Sango de Salvador-BA, Pedra de Santo de Guaíba- RS, Pedra de Sango de Rio Grande-RS e a Pedra de Sango de Meke de Oyó-Nigéria irá tecer mais uma rede de resistência, com a realização, online, do “Seminário Internacional: Pedra de Sango, Nzazi, Sogbo na encruzilhada da diáspora. O evento acontece nesta quinta-feira (11), a partir das 13h, por meio do Google Meet. Os interessados podem conferir a programação e se inscrever pelo link: https://doity.com.br/seminario-internacional-pedra-de-sango-nzazi-sogbo-na-encruzilhada-da-diaspora. Vagas limitadas em 250 pessoas. Já estão confirmadas presenças de representantes da Nigéria, Guiana Francesa, Moçambique e Argentina.
Inspirado na experiência da Pedra de Xangô em Salvador-BA, onde o tripé: sociedade civil, academia e poder público caminham ora juntos, ora em paralelo em defesa da patrimonialização do monumento sagrado, o evento tem como objetivo apresentar à sociedade civil, os sítios históricos aqui mencionados, bem como construir um dossiê para que os órgãos competentes promovam a patrimonialização desses bens. O seminário é uma construção coletiva.
Os organizadores são o Ponto de Cultura Ilê Axé Cultural-RS; Casa dos Olhos do Tempo Que Fala da Nação Angolão Paquetan Malembá (Terreiro Mutalombo Yê Kaiongo)-BA; Faculdade Invest – Grupo de Pesquisa Interligando Conexões-MT; Grupo de Pesquisa EtniCidades, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFBA-BA; e Fundação Paula Gomes – Oyó-Nigéria. O evento conta ainda com o apoio do blog Sítios Naturais Sagrados, importante incentivador para o reconhecimento da Pedra de Xangô-BA como patrimônio da humanidade.
Para Iyá Carmem de Oxalá, do Ponto de Cultura Ilê Axé Cultural, “a diasporização africana acontece pelo processo de dispersão forçada do povo negro e, no que se refere às Pedra de Xangô: Guaiba, Rio Grande e Bahia, penso como pequenos fragmentos contendo similaridades de aspectos culturais, identitários, sagrados e ancestrais de algo maior, que é a Pedra de Xangô Meke em Oyó África”.
Já Tatá Chikaragoma Suté, da Casa dos Olhos do Tempo Que Fala da Nação Angolão Paquetan Malembá, defende que “um povo sem passado é um povo sem cultura. É fundamental que o Povo de Terreiro da Nação Angola, Gege, Ketu ou Umbanda possa preservar e cultuar seus sítios sagrados afro-brasileiros. A Pedra de NZazi Xangô e Sogbo é um elo catalizador para compreendermos o passado, vivenciar com sobriedade e com convicção o presente e obtermos uma positiva prospecção futura”.
Paula Gomes, representante da Fundação Paula Gomes da cidade de Oyó-Nigéria, defende que “este momento representa uma oportunidade única e que deve ser aproveitada como um caminho de união para a preservação do patrimônio cultural afro-brasileiro, bem como do culto Orisa Sango em sua terra raiz e na diáspora africana.
Para Maria Alice Silva, autora do Livro Pedra de Xangô: um lugar sagrado afro-brasileiro na cidade de Salvador e membro do Grupo de Pesquisa EtniCidades – FAU-UFBA, esclarece que o seminário é um movimento diaspórico africano, que nasce com a finalidade de unir esforços. “Sentimos as mesmas dores: invisibilidade, omissão, racismo institucional e tantos outros. Possuímos o mesmo enredo e precisamos nos conectar, tecer redes de resistência em defesa da cultura africana e afro-brasileira, pois bebemos da mesma fonte, somos irmãos em constante diáspora”.
O evento será aberto pelo Afoxé Alafin Oyó, conhecido como “O Afro das Olindas”, considerado um dos principais expoentes da cultura negra do estado de Pernambuco. As letras de suas músicas clamam os sentimentos, as lutas, a religiosidade e a esperança do povo negro; embaladas ao envolvente e dançante ritmo Ijexá (Ketu). Sua indumentária faz referência às antigas cortes africanas. Toda essa herança cultural traduz-se na ginga do Balé Alafin Oyó. E sua ancestralidade reside nas antigas Nações Africanas de Pernambuco.
Compartilhe
Nossos clientes