Publicado na revista científica The Lancet de junho deste ano, um artigo dos pesquisadores do Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde da Universidade de Washington (IHME) aponta que 21,5 milhões de pessoas terão diabetes até 2030 – condição caracterizada pela elevação permanente da glicose no sangue (hiperglicemia). Atualmente, a doença faz parte da vida de 529 milhões de indivíduos e, até 2021, estimava-se 16,8 milhões de adultos diabéticos apenas no Brasil. Segundo análise da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), os números podem ter aumentado após a pandemia.
Neste cenário, “Educar para Proteger o Futuro” é o tema deste ano para o Dia Mundial do Diabetes, celebrado nesta terça-feira (14). Para a nutricionista Eva Andrade, docente do curso de Nutrição da Estácio, adquirir conhecimento e pôr em prática uma vida mais saudável são a melhor forma de se prevenir.
“Existem algumas classificações da Diabetes, e a mais comum delas, que atinge 90% dos diagnosticados, é a tipo 2, que pode ser evitada com uma mudança de hábitos”, explica a nutricionista. A profissional orienta que devem estar presentes no cotidiano os bons hábitos alimentares: “buscar o consumo de frutas e verduras, reduzir a ingestão de produtos com alto grau de processamento e baixo teor nutricional, como os ultraprocessados; e manter a atividade física presente na rotina, mesmo que sejam leves caminhadas”, direciona.
Eva comenta que a literatura científica já mostra que o exercício físico é um dos principais reguladores da glicose sanguínea, favorecendo com que esse açúcar saia do sangue e entre nas células, onde deveria estar desde o princípio, com o funcionamento adequado da insulina, o hormônio responsável por fazer essa regulagem.
A profissional ainda alerta que “o diabetes é uma condição séria que pode levar a complicações como danos ao sistema imunológico, o que aumenta a chance de infecções, maior risco de infarto do miocárdio e acidente vascular, além das lesões nos olhos, rins e pés que podem se tornar condições permanentes caso não sejam tratadas adequadamente”. Portanto, requer acompanhamento médico adequado.
A nutricionista adverte que se o indivíduo suspeita que pode ter diabetes, é importante consultar um profissional de saúde para avaliação e orientação adequadas.
O que é o Diabetes e quais os tipos?
Diabetes Mellitus é uma doença caracterizada pela elevação permanente da glicose no sangue (hiperglicemia). Pode ocorrer devido a defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, que promove a entrada de glicose para as células do organismo de forma que ela possa ser aproveitada para as diversas atividades celulares.
A doença possui algumas classificações, sendo as mais comuns o Tipo 1 e o Tipo 2.
Tipo 1: Geralmente diagnosticada em crianças e jovens adultos. É uma doença autoimune em que os anticorpos do sistema imunológico atacam as células que produzem a insulina. Fazendo com que o indivíduo dependa de injeções de insulina para controlar os níveis de açúcar.
Tipo 2: Associado ao envelhecimento, obesidade e falta de atividades físicas, tendo o resultado da resistência à insulina e de deficiência na sua secreção. Ocorre em cerca de 90% dos diabéticos e pode ser evitada.
Diabetes Gestacional: Condição em que o organismo da mulher produz níveis elevados de açúcar no sangue durante a gravidez, afetando tanto a mãe quanto o bebê. Estima-se que a doença ocorra em pelo menos 5% de todas as gestações.
Outros tipos: São decorrentes de defeitos genéticos associados com outras doenças ou com o uso de medicamentos. Podendo ser defeitos genéticos da função da célula beta; defeitos genéticos na ação da insulina; doenças do pâncreas (pancreatite, neoplasia, hemocromatose, fibrose cística, etc.); induzidos por drogas ou produtos químicos (diuréticos, corticoides, betabloqueadores, contraceptivos, etc.).
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