Mais de 250 tipos de doenças estão atreladas a manipulação incorreta de insumos durante a estação mais quente do ano
O verão é sinônimo de sair da rotina, férias escolares, praias lotadas e diversão. Neste período, também é comum o aumento de casos da Doença Transmitida por Alimento (DTA), devido ao calor típico da estação que favorece a multiplicação de bactérias e produção de toxinas em alimentos mal armazenados e manipulados.
Segundo dados do último Relatório de Surtos de Doenças Transmitidas por Alimentos no Brasil (2016), 118.104 brasileiros foram acometidos por Doença Transmitida por Alimento (DTA) no período de 2007 a 2016. Desses casos, 14,5% foram hospitalizados e 0,09% vieram a óbito. Para aproveitar a estação com mais segurança, é importante adotar alguns cuidados na cozinha, conforme orienta a professora do curso de Nutrição da Estácio, Eva Andrade.
“As altas temperaturas propiciam a proliferação de bactérias e outros microorganismos. Para evitar as infecções alimentares é importante se alertar para todo o manuseio dos ingredientes, superfícies e utensílios”. A nutricionista também explica que alguns alimentos são mais suscetíveis ao calor. “Laticínios, carnes, ovos e frutos do mar podem estragar rapidamente e devem se manter sempre refrigerados, assim como, frutas e vegetais frescos”, explica
Para os dias quentes, Eva recomenda a escolha de insumos mais leves e refrescantes. “Frutas ricas em água, como melancia e abacaxi, saladas de folhas verdes e grãos cozidos são excelentes opções. Proteínas leves, como peixes frios também são ideais”. Eva ainda reforça a importância da hidratação durante o verão. “Manter-se hidratado também é essencial. Evite bebidas alcoólicas ou muito açucaradas, que podem contribuir para a desidratação, e priorize ingerir água regularmente, o que também é possível no consumo de alimentos como pepino e melão”, esclarece.
Ela ainda alerta sobre os sinais de que um alimento pode estar impróprio para consumo. “Mudanças de cor, textura pegajosa, odor desagradável e sabor alterado são indicativos claros de que o alimento não deve ser consumido. A especialista também orienta sobre alimentos que ficaram fora da geladeira por muito tempo. “Alimentos expostos por mais de 2 horas a temperaturas acima de 4°C devem ser descartados, especialmente em dias quentes”, orienta.
Atenção aos sintomas
De acordo com o Boletim Epidemiológico 2023 do Ministério da Saúde, existem mais de 250 tipos de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar (DTHA), como a leptospirose e esquistossomose, causadas pela ingestão de água e alimentos contaminados. Elas podem ser causadas por bactérias e suas toxinas, vírus e parasitas intestinais.
A coordenadora do curso de Enfermagem da Estácio, Karoline Mirapalheta, orienta sobre os principais sintomas dessas doenças. “Os principais sinais são diarreia, vômito, dor abdominal, febre e desidratação. Em casos mais graves, a pessoa pode apresentar desidratação intensa, levando à necessidade de atendimento médico imediato. Se notar persistência dos sintomas por mais de 48 horas, o paciente deve buscar assistência médica”, finaliza a especialista.
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