Para muitas pessoas, a alta hospitalar não significa o fim do convívio com a Covid-19. Após a infecção com o vírus, são muitos os relatos de sequelas das mais variadas formas. Como parte de um atendimento multidisciplinar, a fisioterapia tem sido a principal aliada para uma recuperação total do paciente e um retorno de todas as funcionalidades do corpo comprometidas com a doença.
De acordo com pesquisa feita pela Universidade de Leicester, no Reino Unido, sete em cada dez pacientes hospitalizados por Covid-19 não se recuperam totalmente, mesmo depois de cinco meses de alta médica continuaram a apresentar problemas de saúde física e mental.
A diversidade na forma das sequelas depende muito do grau da agressividade do vírus no organismo da pessoa, explica a fisioterapeuta Gerlane Cristina. Como a doença atinge diversos órgãos e se comporta diferente em cada pessoa, é presumível que os impactos na saúde difiram também. Os sintomas podem durar semanas ou meses, e ainda não se tem confirmação se podem ser permanentes.
Algumas das consequências mais comuns são: debilidades motoras, perda de equilíbrio, falta de sensibilidade, dores musculares e articulares, déficit de força, debilidade do aparelho cardiorrespiratório com redução da capacidade pulmonar, sensação de fadiga. Estas são algumas das consequências notadas em pacientes pós Covid-19 conforme a especialista.
Para uma boa recuperação, o tratamento fisioterapêutico deve ser iniciado logo após a alta médica, visto que os dias imediatos após a alta são fundamentais para a recuperação. “Não é apenas pelo incômodo dos sintomas, mas estas sequelas podem dificultar a realização das atividades cotidianas com independência, como se higienizar, voltar ao trabalho, entre outras atividades. Quanto antes iniciar o tratamento fisioterapêutico, melhores os resultados”, enfatiza.
O tratamento é realizado após uma avaliação completa e montagem de um planejamento para as terapias, sempre com o objetivo de reabilitar a funcionalidade da pessoa assistida. Seja a recuperação física, respiratória ou muscular. No plano podem ser inclusos exercícios práticos, com equipamentos, e até mesmo acupuntura.
Sobre o tempo necessário para a total recuperação, dependerá do grau de gravidade da sequela – se leve, moderada ou grave -, da idade e de possíveis outras doenças pré-existentes. “A doença é muito recente, e não há tantos estudos ou nem mesmo tempo suficiente para analisar todas as consequências, nem a duração precisa para o tratamento. Mas é certo que um paciente com Covid-19 precisa de assistência multidisciplinar para sua reabilitação total, e a fisioterapia é uma grande aliada neste objetivo”, destaca Gerlane.
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