Com a pandemia, e a consequente crise econômica, muitos indivíduos perderam suas rendas fixas, passando a acumular boletos e prestações vencidas. Uma pesquisa realizada no mês de julho pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) examinou dados a respeito da situação econômica dos brasileiros que se encontram endividados e o resultado aponta um crescimento no número de inadimplência.
Os dados resultantes da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) mostram que o volume de brasileiros com dívidas aumentou para 67,4%. Essas inadimplências são o reflexo de dívidas com cartões de crédito, empréstimos pessoais, cheque especial, crédito consignado, cheque pré-datado e prestações de carro, casa ou apartamento.
De acordo com a coordenadora dos cursos de Gestão da Estácio Natal, Gabriella Saldanha “em relação a esse momento econômico que estamos passando, em decorrência da pandemia da Covid-19, é necessário controlar os gastos, pois as dívidas vêm muitas vezes devido à falta de um bom planejamento financeiro individual ou familiar”, explica.
Vale ressaltar que há um comportamento diferente de endividamento entre famílias de classes sociais distintas. Para as que possuem renda abaixo de 10 salários mínimos, o percentual chegou a 69%, ultrapassando o mês de junho, já as que possuem renda superior a essa diminuíram suas inadimplências.
O estudo aponta ainda que as famílias brasileiras com menor renda apresentaram mais necessidade de utilização de linhas de crédito, seja para arcar com as despesas essenciais ou para manter o padrão de consumo com que estavam acostumadas em suas realidades antes da pandemia. Segundo o Serasa Experian, há no Brasil cerca 60 milhões de pessoas dívidas em atraso, ou seja, dois a cada cinco adultos.
Ainda de acordo com a pesquisa da CNC, o número total de famílias com contas em atraso apresenta um percentual de 26,3% no mês de julho, atingindo a maior marca desde setembro de 2017. Além desses dados, também contabilizaram-se os números de brasileiros que continuarão inadimplentes por tempo indeterminado, pois afirmaram não ter previsão de quando poderão pagar suas contas. Para esses casos o percentual é de 12% dos entrevistados.
A recomendação da coordenadora Gabriella é que as famílias comecem a inserir o planejamento financeiro em suas rotinas. “Façam uma análise de seus gastos e custos. Eles são essenciais ou supérfluos? Durante a crise, o ideal é sanar as dívidas essenciais e deixar os supérfluos para outro momento. O segredo de viver financeiramente com tranquilidade é gastar menos do que se ganha, ou, no máximo, proporcional. Tudo é questão de planejamento”, explica.
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