A cidade colombiana de Medellín recebe, neste fim de semana, uma das maiores produções operísticas dos últimos anos na América Latina. Trata-se da produção da ópera Aida, de Giuseppe Verdi, que estreia no Teatro Metropolitano José Gutiérrez Gómez, nesta quinta (5), sexta (6) e domingo (8). Entre os nomes envolvidos no projeto, destacam-se três nomes da cultura potiguar: a produtora cultural Tatiane Fernandes, o maestro Linus Lerner e a violonista Glaucia Santos.
A iniciativa é conduzida pela equipe responsável pelo Festival Lírico Internacional SASO Prolírica de Antioquia (Flispa), que, além da produção de Aida, prepara a segunda edição do Flispa e o Concurso Internacional de Canto Linus Lerner, previstos para 2026. A ação reúne esforços da Orquestra Sinfônica do Sul do Arizona (SASO), da Fundação Prolírica de Antioquia e da Mapa Realizações Culturais, destacando mais uma vez o protagonismo potiguar na cena lírica latino-americana.
“Não é todo dia que se tem a oportunidade de dirigir uma ópera dessa magnitude, então estou muito feliz. São poucos os teatros no mundo que conseguem receber uma obra dessa envergadura, tanto em termos de palco quanto de produção. Além disso, é um prazer imenso compartilhar este projeto com a nossa produtora do Rio Grande do Norte, Tatiane Fernandes, e poder trabalhar, mais uma vez, com a minha orquestra, com músicos que vieram dos Estados Unidos, e, claro, com a Orquestra EAFIT, que é simplesmente maravilhosa”, destaca o maestro Linus Lerner, que é também diretor da SASO.
Segundo a produtora cultural Tatiane Fernandes, a presença da equipe potiguar representa a continuidade de um trabalho iniciado pelo Maestro Linus Lerner há 10 anos. “Nosso trabalho é dedicado ao desenvolvimento de talentos que atuam no mundo da ópera. Durante oito anos, estivemos no México, devido à expressiva quantidade de jovens talentos líricos. No ano passado, encontramos na Fundação Prolírica de Antioquia, uma instituição alinhada aos nossos valores. Por isso, as ações na Colômbia são a continuidade desse esforço”, explica.
Uma contribuição para o vigor da cena operística na América Latina
Ainda de acordo com Tatiane Fernandes, a produção de Aida marca um novo momento para o trabalho desse grupo na América Larina. Isso porque, diferentemente das montagens realizadas com alunos e alunas do Festival, essa produção reúne cantores profissionais com carreira internacional e um corpo artístico expressivo com mais de 200 artistas em cena e uma equipe criativa com mais de 60 integrantes, de mais de 10 países.
“É um feito. Aida é uma das poucas obras classificadas como ‘Grand Ópera’, justamente por sua complexidade de grande escala, grande elenco, quatro atos e uma composição que exige toda técnica e talento de cantoras, cantores, corpo de baile, coro e orquestra”, enfatiza o maestro Linus.
“O mundo da Ópera enfrenta diversos desafios, seja pela complexidade das produções, seja pelo investimento que exige, seja pelas desigualdades sociais que querem restringir o tipo de obra para um tipo de plateia, quando a Ópera deve ser para todos e todas. Ainda assim, trata-se de uma linguagem de enorme potência emocional, capaz de arrebatar os mais diversos públicos – e muitos títulos clássicos seguem encantando plateias em todo o mundo”, completa a produtora da Mapa.
Aida é uma das obras mais celebradas de Giuseppe Verdi e estreou em 1871, no Cairo. A ópera narra a trágica história de amor entre Aida, uma princesa etíope escravizada, e Radamés, comandante do exército egípcio. Além da carga dramática e emocional, a montagem exige aparato técnico e artístico de grande escala, incluindo orquestra completa, corpos de baile, grandes coros e solistas com elevada exigência vocal.
“O convite do maestro Linus para integrar a orquestra da Ópera Aida em Medellín é uma oportunidade tanto para minha carreira e formação como violinista, como também de intercâmbio cultural com profissionais da ópera, cantores e músicos dos Estados Unidos, da Colômbia, do México, da Croácia, da Guatemala e outros países. Uma experiência única: aprender e contribuir, com investimento pessoal, para a montagem de uma ópera tão importante”, resume a violinista Glaucia Santos.
Ópera AIDA — Ficha Técnica
AIDA: Ana Isabel Lazo (Guatemala-Itália)
Cover Aida: Anastasia Antropova (Rússia–Estados Unidos)
RADAMÉS: Vitaliy Kovalchuk (Ucrânia)
AMNERIS: Jennifer Kosharsky (Estados Unidos)
Cover Amneris: Diana Peralta (México)
AMONASRO: Camilo Mendoza (Colômbia)
RAMFIS: José Antonio García (Espanha) – 5 e 6 de junho | Alexis Trejos (Colômbia) – 8 de junho
FARAÓ: Alexis Trejos (Colômbia) – 5 e 6 de junho | Marcelo Gómez (Colômbia) – 8 de junho
SACERDOTISA: Angie Muñoz (Colômbia)
MENSAGEIRO: Víctor Araque (Venezuela) | Paulo Espinosa (Peru)
Coro:
Fundación Prolírica de Antioquia
Camerata Vocal de Medellín
IUVENTUS da Fundación Sirenaica
Ballet: Ballet Metropolitano de Medellín
Coreógrafo: Daniel González Escobar
Orquestra: Formada por músicos da Orquestra Sinfônica EAFIT, da Orquestra Sinfônica do Sul do Arizona (SASO), além de músicos convidados
Equipe Artística e Técnica
Diretor Musical: Linus Lerner (Brasil)
Diretor de Cena: Ragnar Conde (México)
Diretor Geral: Luis Carlos Rico Puerta (Colômbia)
Diretora Artística: Elisa Brex Bonini (Argentina)
Diretor do Coro Prolírica de Antioquia: Agustín Tamayo (Colômbia)
Diretor do Coro Camerata Vocal: Mauricio Balbín (Colômbia)
Diretora do Coro IUVENTUS: María Adelaida Mejía (Colômbia)
Assistente de Direção Musical: Carlos Monoyoa
Assistentes de Direção de Cena: Camilo Manrique Colorado, Diana Valencia
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