Durante o isolamento social, a dedicação dos pais à educação formal dos filhos se mostrou ainda mais necessária. A pandemia pegou todos de surpresa, sem que as famílias pudessem se planejar ou, ao menos, se preparar para equilibrar o acompanhamento das atividades escolares com as atividades domésticas e o trabalho. Algumas famílias dispõem de mais tempo para acompanhar os estudos dos filhos, outras, menos. O importante, tranquilizam os educadores, é compreender a importância de estar mais perto do filho nesse momento.
“Tenho valorizado cada vez mais o trabalho das professoras, porque não é fácil, viu? A quarentena serviu também para isso, para mostrar o valor dos professores e a falta que o ambiente escolar faz, tão importante para o desenvolvimento da criança”, expõe a nutricionista Socorro Pereira, mãe do Vitor e Lucas, 6 e 10 anos, respectivamente, estudantes do G5 da Educação Infantil e 5º ano do Instituto Educacional Casa Escola.
“Eu sempre fui uma mãe participativa, revisando a tarefa de casa, acompanhando as atividades, e agora me vejo no papel de reforçar junto com o professor o conteúdo da disciplina. É um obstáculo que temos que superar e, às vezes, no caso do meu filho mais velho, do 5° ano, tem coisas que não lembro tão bem e preciso voltar aos livros para relembrar. Tem que haver um tempo também para isso”, relata.
A psicóloga Patrícia Cabral compartilha que o maior desafio foi nas primeiras semanas para adaptação de local e horário dos estudos do filho Gabriel, 11 anos, que faz o 6º ano. Mas, atualmente, ele tem desenvolvido cada vez mais independência. “No momento das atividades, tem que ter nossa participação para ajudá-lo a conseguir o material necessário. Se não tiver esse tempo e dedicação dos pais, a criança sente mais, porque acaba se frustrando. Por isso precisa de tempo, disposição e paciência para ajudar”, coloca Patrícia.
Para a psicóloga, que sempre teve muita cautela com o envolvimento dos filhos no ambiente virtual, o que auxilia bastante a família são as tutorias, prática de acompanhamento educacional da Casa Escola. “Qualquer dúvida ou dificuldade eu já entro em contato com a tutora e em todas as mudanças ela nos explica o passo a passo”, relata. “Mas posso dizer que todos em casa estamos aprendendo muito a enfrentar e encontrar uma nova forma de estudar, de aprender e de ser avaliado”, conclui.
Segundo o coordenador pedagógico da Casa Escola, Jorge Raminelli, já era comum que os pais se envolvessem bastante com o fazer pedagógico e com o diálogo escola/família. Mas, neste momento de isolamento social, as famílias tiveram que participar ainda mais dos afazeres da escola, e o papel pedagógico desses pais tem sido cada vez mais evidente.
Para um melhor acompanhamento e auxílio aos pais, ele reforça que o diálogo é essencial. “Independentemente da modalidade de ensino, seja ela presencial ou remota, as relações que firmam parcerias verdadeiramente sólidas devem ser práticas corriqueiras. Por outro lado, é importante saber que, com a proposta de ensino remoto, o diálogo deve ser realizado com muito mais cuidado, atentando-se às diferenças existentes em cada lar. Essa é umas das premissas mais importantes do ensino remoto: clareza nas interlocuções, enunciados objetivos e compreensíveis e uma capacidade de ouvir as famílias mais do que o habitual”, explica.
Outro ponto importante, segundo o coordenador, para que tudo isso chegue às famílias sem que haja ruídos nessas informações, é preciso garantir que tanto os alunos, quanto as famílias, consigam dominar ao máximo o manuseio das ferramentas do ensino remoto. “Para isso, a escola conta com uma equipe técnica que se coloca à disposição das famílias, alunos e professores, que apoia e ameniza as angústias de muitos, que naturalmente, não dominam esse ambiente”, destaca.
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