Estima-se que, até 2050, um terço dos adolescentes no mundo estará com sobrepeso ou obesidade, de acordo com novo artigo publicado na Revista The Lancet. A pesquisa revela que a obesidade infantil mais do que triplicou entre 1990 e 2021, e a tendência é de crescimento. Diante desse cenário, governos, escolas, famílias e sociedade se mobilizam e debatem estratégias para incentivar hábitos saudáveis desde a infância.
No Brasil, os números também preocupam. Segundo o Atlas Mundial da Obesidade e a Organização Mundial da Saúde (OMS), se nada for feito, até 2030 o país poderá ocupar a 5ª posição no ranking de nações com o maior número de crianças e adolescentes obesos – e as chances de reverter essa situação, conforme as tendências atuais, são de apenas 2%.
Atualmente, 14,3% das crianças brasileiras de dois a quatro anos têm excesso de peso. Desse total, 227,6 mil já apresentam obesidade, enquanto 273,3 mil estão com sobrepeso. Entre crianças de cinco a nove anos, os índices são ainda piores: 29,3% estão acima do peso, sendo 200 mil com obesidade grave, 352,8 mil com obesidade e 670,9 mil com sobrepeso.
Escola como aliada contra o sedentarismo e obesidade
Para a diretora da Casa Escola, Priscila Griner, os números expressam o que se constata no dia a dia. “A infância e a adolescência estão cada vez mais sedentárias, mal nutridas e condicionadas aos dispositivos eletrônicos, e isso impacta na saúde, no desenvolvimento motor, social e emocional. Por isso, precisamos criar oportunidades para que as crianças se movimentem de forma natural e prazerosa”, destaca a educadora que, entre suas formações, tem também graduação em Educação Física.
Nesse sentido, segundo Priscila, a importância da atividade física, especialmente dos esportes, vai além da prevenção da obesidade. “A prática esportiva ensina superação, disciplina, respeito e empatia. Quando a criança vivencia esses valores desde cedo, ela leva isso para toda a vida, seja na escola, no trabalho ou nas relações pessoais”.
Da escola pra casa: o papel das famílias
Na Casa Escola, a atividade física é um lemento essencial no desenvolvimento das crianças, e iniciativas como os Jogos Internos da Casa Escola (JICE) reforçam essa proposta. Realizado anualmente, a edição deste ano vai até o dia 10 de abril e envolve alunos da Educação Infantil e dos Ensinos Fundamentais 1 e 2 em competições esportivas e lúdicas adaptadas para cada fase do desenvolvimento.
“Planejamos o JICE em parceria com os alunos e a equipe pedagógica. Eles participam sugerindo atividades, escolhendo jogos e ajudando na organização das equipes, das tabelas e da premiação. É uma dinâmica que envolve toda a escola, inclusive outras disciplinas. Essa autonomia e multidisciplinaridade tornam a experiência mais significativa”, explica Larissa Gabriela, professora de Educação Física da Casa Escola.
Para as famílias, a recomendação é apoiar e dialogar sobre a importância do trabalho em equipe e da constância na prática esportiva. “Cada criança tem seu ritmo e seus desafios. Por isso, mais do que incentivar a prática de atividades físicas, é importante criar uma relação positiva com o corpo e um ambiente em que o movimento seja parte do cotidiano”, conclui a professora.
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